SOCIEDADE SÃO-JOANENSE DE ESTUDOS ESPÍRITAS
Espaço para a divulgação do Espiritismo.
terça-feira, 11 de março de 2014
Ninguém está sozinho 3 !
Ninguém está sozinho 2 !
Ninguém está sozinho!
terça-feira, 4 de março de 2014
Boa lição!!
Tom era funcionário de uma empresa muito preocupada com a educação.
Um dia, o executivo principal decidiu que todo o grupo gerencial, um total de doze pessoas, deveria participar de um curso de sobrevivência.
A prova era cruzar um rio violento e impetuoso.
O grupo gerencial foi solicitado a dividir-se em grupos menores de quatro pessoas, formando os grupos A, B, C.
O grupo A recebeu quatro tambores de óleos vazios, duas grandes toras de madeira, uma pilha de tábuas, um grande rolo de corda grossa e dois remos.
O grupo B recebeu dois tambores, uma tora e um rolo de barbante.
O grupo C não recebeu recurso nenhum. Eles foram solicitados a us ar os recursos fornecidos pela natureza, caso conseguissem encontrar algum perto do rio ou na floresta próxima.
Não foi dada nenhuma instrução a mais.
Simplesmente foi dito aos participantes que todos deveriam atravessar o rio dentro de quatro horas.
Tom ficou no grupo A, que não levou mais do que meia hora para construir uma maravilhosa jangada.
Um quarto de hora mais tarde, todo o grupo estava em segurança e com os pés enxutos no outro lado do rio.
O grupo B, ao contrário, levou quase duas horas para atravessar o rio.
Havia muito tempo que Tom e sua equipe não riam tanto como no momento em que a tora e dois dos tambores viraram com seus gerentes financeiro, de computação, de produção e de pessoal.
Mas, nem mesmo o rugido das águas do rio foi suficiente para sufocar o riso dos oito homens, quando o grupo C tentou lutar contra as águas espumantes.
Os coitados agarraram-se a um emaranhado de galhos, que e stavam se movendo rapidamente com a correnteza.
O auge da diversão foi quando o grupo bateu em um rochedo, quebrando os galhos.
Somente reunindo todas as forças que lhe restavam foi que o último membro do grupo C, o gerente de logística, todo arranhado e com os óculos quebrados, conseguiu atingir a margem, duzentos metros rio abaixo.
Quando o líder do curso voltou, depois de quatro horas, perguntou:
Então, como vocês se saíram?
O grupo A respondeu em coro: Nós vencemos!
O líder do curso respondeu: Vocês devem ter entendido mal. Vocês não foram solicitados a vencer os outros. A tarefa seria concluída quando os três grupos atravessassem o rio dentro de quatro horas.
Nenhum de vocês pensou em ajuda mútua, em dividir os recursos para atingir uma meta comum?
Não ocorreu a nenhum dos grupos coordenar esforços e ajudar os outros?
Naquele dia, o grupo aprendeu muito a respeito de trabalho em equipe e de lealdade.
* * *
E nós, temos olhado para os lados e verificado se alguém precisa de nossa ajuda?
Profissionalmente, agimos como se fôssemos inimigos uns dos outros ou lembramos de nos auxiliar, mutuamente, dividindo tarefas e sugerindo maneiras de resolver problemas?
Estamos dispostos a ensinar o que dominamos a alguém que está iniciando na empresa ou preferimos deixar que o outro se dê mal?
Enquanto vivermos na Terra, como se fôssemos inimigos e não irmãos; enquanto não nos dermos conta de que é sempre melhor estender a mão para que todos cheguemos bem ao nosso destino, continuaremos a entravar o progresso do nosso planeta.
Pensemos nisso e nos tornemos mais fraternos, mais solidários, em todas as circunstâncias: na família, na comunidade religiosa, na empresa, no escritório.
Tentemos isso e nos haveremos de sentir muito melhores.
domingo, 10 de março de 2013
Folha Espírita São-Joanense
EDITORIAL
Me dê um abraço / Venha me apertar.
’Tou chegando / Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos / Melhor ainda é poder voltar
Quando quero...
Tem gente que chega pra ficar / Tem gente que vai pra nunca mais...
Tem gente que vem e quer voltar / Tem gente que vai e quer ficar. Tem gente que veio só olhar / Tem gente a sorrir e a chorar.
Da mesma viagem. O trem que chega
É o mesmo trem da partida / A hora do encontro
É também despedida...
A plataforma dessa estação / É a vida desse meu lugar / É a vida desse meu lugar / É a vida...
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Reflexões espíritas sobre a tragédia de Santa Maria
Reflexões espíritas sobre a Tragédia de Santa Maria
Por Dora IncontriA tragédia de Santa Maria me leva a algumas reflexões que considero importantes para o movimento espírita.Recentemente participei de uma banca de doutorado na Universidade Metodista, em que o pesquisador José Carlos Rodrigues, examinou em ampla investigação de campo quais os principais motivos de "conversão", eu diria, "migração" para o espiritismo, no Brasil. Ganhou disparado a "resposta racional" que a doutrina oferece para os problemas existenciais.De fato, essa é grande novidade do espiritismo no domínio da espiritualidade: introduzir um parâmetro de racionalidade e distanciar-se dos mistérios insondáveis, que as religiões sempre mantiveram intactos e impenetráveis, sobretudo o mistério da morte.Entretanto, essa racionalidade, que era realmente a proposta de Kardec, tem sido barateada em nosso meio, como tudo o mais, para tornar-se uma cartilha de respostinhas simples, fechadas e dogmáticas, que os adeptos retiram das mangas sempre que necessário, de maneira triunfante e apressada, muitas vezes, sem respeito pela dor do próximo e sem respeito pelas convicções do outro. Explico-me.Por exemplo: existe na Filosofia espírita uma leitura de mundo de "causa e efeito", que traduziram como "lei do karma", conceito que vem do hinduísmo. Essa ideia é de que nossas ações presentes geram resultados, que colheremos mais adiante ou que nossas dores presentes podem ser explicadas à luz de nossas ações passadas. Mas há muitas variáveis nesse processo: por exemplo, estamos sempre agindo e portanto, sempre temos o poder de modificar efeitos do passado; as dores nem sempre são efeitos do passado, mas sempre são motivos de aprendizado. O sofrimento no mundo resulta das mais variadas causas: má organização social, egoísmo humano, imprevidência… Estamos num mundo de precário grau evolutivo, onde a dor é nossa mestra, companheira e o que muitas vezes entendemos como "punição" é aprendizado de evolução.O assunto é complexo e pretendo escrever mais profundamente sobre isso. Aqui, apenas gostaria de afirmar que nós espíritas, temos sim algumas respostas racionais, mas elas são genéricas e não podem servir como camisas de força para toda a realidade. Que respostas baseadas em evidências e pesquisas temos, por exemplo, para essas famílias enlutadas com a tragédia de Santa Maria?• que a morte não existe e que esses jovens continuam a viver e que poderão mais dia, menos dia, dar notícias de suas condições;• que a morte traumática deixa marcas para quem fica e para quem foi e que todos precisam de amparo e oração;• que o sofrimento deve ter algum significado existencial, que cada um precisa descobrir e transformá-lo em motivo de ascensão…• que a fé, o contato com a Espiritualidade, seja ela qual for, dá forças ao indivíduo, para superar um trauma dessa magnitude.Não podemos afirmar por que esses jovens morreram. Não devemos oferecer uma explicação pronta, acabada, porque não temos esses dados. Os espíritas devem se conformar com essa impotência momentânea: não alcançamos todas as variáveis de um fato como esse, para podermos oferecer uma explicação definitiva. Havia processos da lei de causa e efeito? Provavelmente sim. Houve falha humana, na segurança? Certamente sim. Qual o significado que essa tragédia terá? Cada pai, cada mãe, cada familiar, cada pessoa envolvida deverá achar o seu significado. Alguns talvez terão notícias de algum evento passado que terá desembocado nesse drama; outros extrairão dessa dor, um motivo de luta para mais segurança em locais de lazer; outros acharão novos valores e farão de seu sofrimento uma bandeira para ajudar outros que estejam no mesmo sofrimento e assim por diante.Oremos por essas pessoas, ofereçamos nossas melhores vibrações para os que foram e para os que ficaram e ainda para os que se fizeram de alguma forma responsáveis por esse evento trágico. Mas tenhamos delicadeza ao tratar da dor do próximo! Não ofereçamos respostas fechadas, apressadas, categóricas, deterministas. Ofereçamos amor, respeito e àqueles que quiserem, um estudo aberto e não dogmático, da filosofia espírita.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Dissemine o Espiristimo
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quarta-feira, 28 de novembro de 2012
FOLHA ESPÍRITA SÃO-JOANENSE
FOLHA ESPÍRITA SÃO-JOANENSE
EDITORIAL DA FOLHA
DEZEMBRO/12, JANEIRO/13...
Pois é... Se você está lendo esta Folha agora, que já passou o 21 de dezembro/12, deve ter achado "piada" aquela história do calendário Maia, não é mesmo? Mas as coisas não são realmente como foi anunciado. O fato de aquele calendário não ir além dessa data não quer dizer que a Humanidade vá ter um fim. Na verdade, o mundo não se acaba... ele se transforma! Assim como tudo na Natureza e como nós mesmos... A cada dia temos uma nova chance de nos melhorarmos.
Ninguém vai morrer por conta do fim de um calendário. Afinal, todo dezembro marca o final de mais um ano; nem por isso há catástrofes destruidoras no mundo inteiro. A Terra, como ser vivo que é, ainda vai passar por muitas transformações. Isso pode levar a vários tipos de ocorrências sísmicas, totalmente naturais.
O ser humano precisa entender isto: que está sujeito à ação de vulcões, terremotos, maremotos, tsunamis etc por estar vivendo neste planeta, que ainda é classificado como "de expiações e provas". Muitas mortes estão por acontecer, é claro, pela ação ou reação da natureza. Mas lembremo-nos: "ninguém vai antes da sua hora".
Precisamos também entender que a morte não é o fim de tudo. Ninguém "acaba" de repente porque desencarnou. Pelo contrário, ao abandonar o corpo material, nós estamos entrando na verdadeira vida, que é a Espiritual. E não estaremos sozinhos ou abandonados. Sempre haverá seres mais iluminados que nós (parentes, amigos) dispostos a nos encaminhar na vida que segue. A partir daí, teremos novas oportunidades de encarnar, seja na Terra, seja em outros planos habitados por seres inteligentes. (Sobre esse tema, veja a página 2 desta folha, no trecho sobre "O Livro dos Espíritos").
Como dissemos em edição de dezembro/11, essa previsão das transformações do planeta e de seus habitantes são muito bem observadas e analisadas no último capítulo de "A Gênese" (lançada em 1868 por Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo). Se puder, leia-o e reflita a respeito, caro leitor. Você verá que realmente "Os tempos são chegados"; entretanto não há o que temer se estivermos fazendo a nossa parte. E que parte é essa? Acreditamos que seja a busca pelo equilíbrio, pela harmonia individual; pelo desapego às coisas materiais; pelo respeito à natureza e a todos os seres vivos; pelo combate ao orgulho e ao egoísmo; pela busca da humildade e pelo exercício do perdão.
Agindo assim, estaremos no bom caminho, no caminho da nossa "reforma íntima", já que temos ainda muito que aprender. E apenas esta encarnação é insuficiente para atingirmos a plenitude do Ser. Continuemos sempre, no caminho do Bem. E faça bom proveito da nossa Folha Espírita!
PROGRAMA DE RÁDIO – Ouça todos os domingos, de 8h25 às 9h, o programa "EM BUSCA DA SERENIDADE" na Rádio São João del-Rei. Três grupos Espíritas se revezam na sua apresentação. Confira: você vai gostar. Todo domingo, às 8h25min, pela Rádio São João.
"O SAL DA TERRA"
O compositor mineiro Beto Guedes escreveu uma bela canção com o título acima, querendo dizer que o Amor é o "sal da Terra", ou seja, aquilo que dá sabor e sentido à Vida. São versos inspirados, que nos ensinam a respeitar o planeta e aos nossos semelhantes. Veja uma parte da canção:
"Anda, quero te dizer nenhum segredo. Falo nesse chão da nossa casa. Vem que tá na hora de arrumar tempo... Vamos precisar de todo mundo
pra banir do mundo a opressão.
Para construir a vida nova, vamos precisar de muito amor. A felicidade mora ao lado e quem não é tolo pode ver...
A paz na Terra, amor. O pé na terra; a paz na Terra, amor. O sal da Terra! És o mais bonito dos planetas. Tão te maltratando por dinheiro, tu que és a nave nossa irmã.
Canta! Leva tua vida em harmonia e nos alimenta com teus frutos, tu que és do homem a maçã...
Vamos precisar de todo mundo. Um mais um é sempre mais que dois. Pra melhor juntar as nossas forças, é só repartir melhor o pão.
Recriar o paraíso agora para merecer quem vem depois...
Deixa nascer o amor; deixa fluir o amor.
Deixa crescer o amor; deixa viver o amor...
O sal da Terra!"
(Veja a letra toda pesquisando no Google e ouça essa belíssima canção falando do nosso planeta renovado pelo Amor e pela união dos Homens).
O ESPIRITISMO PELA INTERNET: Você pode conhecer a Doutrina Espírita e seu movimento através da internet, pois há muitas páginas sobre o assunto na grande rede. Além da página socespiritasaojoanense.blogspot.com, sugerimos os seguintes sítios:
O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Seguimos com as questões e comentários de Allan Kardec nessa obra fundamental do Espiritismo. (Grifos e textos entre parênteses são comentários nossos). Utilizamos tradução do IDE.
Vamos ao final da Questão 181, quando Allan Kardec perguntava se os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos. E a resposta foi que sim, é preciso que o Espírito se revista de um corpo material para poder agir sobre essa mesma matéria (e assim progredir intelectual, moral e espiritualmente). Esse corpo pode ser mais grosseiro ou mais sutil, dependendo do estado do mundo em que encarnamos. E os Espíritos Superiores ainda dizem a Kardec: "Há muitas moradas na casa de nosso Pai e muitos graus, portanto. Alguns sabem disso e estão conscientes aqui na Terra; outros nada sabem".
Questão 182 – Podemos conhecer com exatidão o estado físico e moral dos diferentes mundos? Resposta: Nós, os Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vocês se encontram; quer dizer que não devemos revelar essas coisas a todos, porque nem todos estão em condições de compreendê-las, e isso os perturbaria. (Aqui nós vemos como os Espíritos Superiores foram cautelosos na época da Codificação).
Comentário de Kardec a essa questão: À medida que o Espírito se purifica, o corpo que ele reveste se aproxima igualmente da natureza espiritual. A matéria é menos densa, não rastejam mais penosamente na superfície do solo, as necessidades físicas são menos grosseiras e os seres vivos não têm mais necessidade de se destruírem para se nutrir. O Espírito é mais livre e tem, para as coisas distantes, percepções que nos são desconhecidas; vê coisas que vemos apenas pelo pensamento. (Aliás, o Espírito enxerga e percebe tudo por todo o seu corpo espiritual, pois não há um órgão específico para cada percepção, como quando encarnados). (...)
Nos mundos superiores à Terra, as guerras são desconhecidas, os ódios e a discórdia não têm motivo, visto que ninguém se preocupa em causar dano ao seu semelhante. A intuição do futuro e a segurança de uma consciência sem remorso fazem com que a morte não lhes cause nenhuma apreensão; recebem-na sem medo, como uma simples transformação. (Isso quer dizer que existe "morte" – ou passagem – nos mundos distantes da Terra; quanto mais evoluído o mundo, menos o Espírito sente a sua morte, que é só uma "mudança de endereço").
A duração da vida nos diferentes mundos parece ser proporcional ao grau de superioridade física e moral de seus habitantes. Quanto menos material o corpo, menos está sujeito aos sofrimentos da vida material. Quanto mais puro o Espírito, menos paixões há para prejudicá-lo. É um "prêmio" da Providência, que abrevia os sofrimentos.(Continuaremos. Aguarde)
O LIVRO DOS MÉDIUNS
Trouxemos mais um trecho dessa importante obra de Kardec sobre a Mediunidade para você. Trata-se dos itens 277 a 279 do capítulo "Das Evocações", ou seja, das formas que eram usadas na época do Codificador para se chamar e conversar com os Espíritos. Entre parênteses, esclarecimentos nossos. Veja bem e saiba por que o Espiritismo é uma doutrina séria, que nada faz de mau ou de inútil. Atualmente, não se usa mais a evocação dos desencarnados, pois os Espíritos se manifestam nas reuniões mediúnicas de acordo com uma programação já estabelecida pela Espiritualidade Maior.
A faculdade de evocar todo e qualquer Espírito não implica para o Espírito a obrigação de estar sempre às nossas ordens. (...) Quando se quiser evocar um novo Espírito, é necessário perguntar ao guia protetor dos trabalhos (o mentor da reunião séria) se a evocação é possível. No caso de não o ser, ele geralmente dá as razões do impedimento e então seria inútil insistir. Questão importante se levanta aqui: saber se é conveniente ou não a evocação de Espíritos "maus" (muito embrutecidos, ainda ligados aos interesses materiais). Isso depende do objetivo da reunião e da independência que se pode ter em relação a eles. Não há inconveniente quando a evocação é feita com um fim sério, instrutivo, tendo em vista o aperfeiçoamento de todos. Ao contrário, é muito inconveniente quando se faz (tal evocação) por mera curiosidade ou diversão, ou se os participantes se colocam sob sua dependência, pedindo-lhes algum serviço (pois eles costumam atender a certos pedidos e depois "cobrar" bem caro por eles; mas o poder deles não é assim tão grande, pois há forças superiores que os controlam). Geralmente, não se consegue afastar o "prestador de serviços" após o trabalho feito, já que se fez um verdadeiro pacto com o Espírito inferior e ignorante do bem. (É aí que pode surgir o processo da obsessão, ou seja, da perseguição que alguns desencarnados promovem sobre os encarnados, numa típica "cobrança de dívida").
Somente pela superioridade moral se exerce domínio sobre os Espíritos inferiores e eles reconhecem a superioridade dos homens de bem (veja o cap. 17 de "O Evangelho segundo o Espiritismo", item 3). (Se o Espírito percebe que o encarnado vale tanto quanto ele mesmo, poderá exercer sua influência maldosa o quanto quiser). E mais: o nome de Deus só tem influência sobre os desencarnados quando na boca de quem pode usá-lo com a autoridade de suas virtudes. (Comentário do tradutor: "palavras, amuletos, medalhas, imagens e outros instrumentos de culto religioso ou de práticas mágicas nada influem sobre os Espíritos imperfeitos se aquele que os emprega não possuir virtudes morais e não agir com amor, humildade e compreensão. Agindo assim, todos os instrumentos materiais são dispensáveis"). Pense a respeito, caro leitor. Até a próxima.
O EVANGELHO DO MESTRE
Este espaço é reservado para uma passagem de "O Evangelho segundo o Espiritismo", a visão Espírita dos ensinamentos de Jesus, o Cristo. Desta vez, escolhemos o item 23 do capítulo 5, que traz mensagem ditada pelo Espírito Fénelon (que foi autoridade da Igreja Católica no século 17), com o título "Os tormentos voluntários". Acompanhe:
O homem está incessantemente à procura da felicidade, que lhe escapa a todo instante, porque a felicidade sem mescla não existe (ainda) na Terra. Entretanto, apesar das vicissitudes que formam o inevitável cortejo desta vida, ele poderia pelo menos gozar de uma felicidade relativa. Mas ele a procura nas coisas perecíveis, sujeitas às mesmas vicissitudes, ou seja, nos gozos materiais, em vez de buscá-la nos gozos da alma, que constituem uma antecipação das imperecíveis alegrias celestes. Em vez de buscar a paz do coração, única felicidade verdadeira neste mundo, ele procura com avidez tudo o que pode agitá-lo e perturbá-lo. E, curiosamente, parece criar de propósito os tormentos que só a ele cabia evitar.
Haverá maiores tormentos que os causados pela inveja e o ciúme? Para o invejoso e o ciumento não existe repouso: sofrem ambos de uma febre incessante. As posses alheias lhes causam insônia; os sucessos dos rivais lhes provocam vertigens; seu único interesse é o de eclipsar os outros; toda a sua alegria consiste em provocar, nos insensatos como eles, a cólera do ciúme. Pobres insensatos, com efeito, que não se lembram de que, talvez amanhã, tenham de deixar todas as futilidades, cuja cobiça lhes envenena a vida! Não é a eles que se aplicam estas palavras: 'bem-aventurados os aflitos porque serão consolados', pois os seus cuidados não têm compensação no Céu (ou seja, na vida espiritual).
Quantos tormentos, pelo contrário, consegue evitar aquele que sabe contentar-se com o que possui, que vê sem inveja o que não lhe pertence, que não procura parecer mais do que é! Está sempre rico, pois, se olha para baixo, em vez de olhar acima de si mesmo, vê sempre os que possuem menos do que ele. Está sempre calmo, porque não cria necessidades absurdas, e a calma em meio às tormentas da vida não será uma felicidade?
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CASAS ESPÍRITAS DE SÃO JOÃO E REGIÃO: Se você não conhece e gostaria de saber o endereço de uma Casa Espírita (onde poderá ouvir uma palestra, estudar a Doutrina, tomar um passe magnético, sem compromisso), procure a Livraria Espírita, na R. Paulo Freitas, 312, perto dos Chitarra. Ou ligue para lá, no horário comercial: 3371-8077 e fale com Déborah, que orientará você.
O MAIOR BRASILEIRO: Muito merecidamente, o nosso querido médium CHICO XAVIER (1910-2002) foi eleito o maior brasileiro de todos os tempos, em outubro passado, numa votação nacional, realizada pelo canal televiso SBT. Concorrendo com ilustres nomes de nossa história (passada e recente), Chico atingiu mais de 70% da preferência dos votantes, Espíritas e não Espíritas. Foi um reconhecimento nacional pelo trabalho fecundo (nos campos doutrinário, literário e de assistência social) prestado a todos nós por esse Espírito iluminado. Quem nunca ouviu falar de Chico Xavier e seu exemplo de amor, sabedoria e humildade?
Que ele, da elevada região espiritual em que se encontra atualmente, continue vibrando e trabalhando pelo Bem da Humanidade da Terra...
PINGA FOGO COM CHICO XAVIER
Muitas questões foram propostas ao querido médium Chico Xavier, quando de sua participação em programas da antiga TV Tupi, nos anos 70. Acompanhe nossa adaptação:
Pergunta ao Chico: Como os Espíritos veem a pena de morte? Resposta do Chico: Recordemos a parábola do "bom samaritano", onde as personagens são todas nomeadas e qualificadas. O levita, o religioso, o samaritano e o dono da estrebaria. Mas o homem que foi acudido pela fraternidade do samaritano jamais foi especificado. Isso quer dizer que ele poderia ser qualquer um de nós, ou seja, é um ser humano que merece consideração e respeito. Assim é com a questão da pena de morte, que condena "um de nós" por um crime que, muitas vezes, poderia ser mais humanamente analisado. Todos que são considerados "fora da lei" são doentes, que merecem tratamento adequado e não a simples eliminação. A Justiça dos homens deve saber tratar esses indivíduos, por pior tenha sido seu crime, a fim de devolver-lhes o equilíbrio e a normalidade. (Vejam que, apesar de não termos no Brasil, felizmente, a pena de morte, Chico deixou claro que ela não é a solução para os crimes hediondos contra a vida. Afinal, a lei de Talião – "olho por olho, dente por dente" – já ficou para a História...)
OBSERVAÇÃO: A entrevista com Chico Xavier, ocorrida em 1971 (ele contava 61 anos), foi gravada em "videotape", transformado em DVD's recentemente. Além disso, foi totalmente transcrita e comentada num livro, organizado por Saulo Gomes, o jornalista que acompanhou Chico por várias décadas. O livro tem esse título "Pinga-Fogo com Chico Xavier". Procure conhecer esse trabalho, amigo leitor, e você terá um contato maior com o "maior brasileiro de todos os tempos".
SUGESTÃO DE LEITURA
No Editorial deste número, falamos sobre a transição do planeta (um processo lento, que já começou, pelo menos individualmente para muitos encarnados). Na realidade, cremos que não haverá destruição em massa repentina, mas uma tomada de consciência dos próprios seres encarnados na Terra visando à sua reforma íntima, a preparação para um mundo melhor. Mudanças no Sol, o centro do nosso sistema, vão alavancar esse processo. Quem não estiver preparado, vai sofrer mais do que aqueles que já estiverem atentos aos acontecimentos. Entretanto, externamente, não se sabe quando nem onde vão começar tais modificações. Já no aspecto interior, elas já deveriam ter começado para muitos de nós...
Por isso, a nossa sugestão de leitura deste trimestre recai sobre "A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo", obra publicada por Allan Kardec em 1868, em Paris. Sugerimos a leitura do último capítulo em primeiro lugar (capítulo 18). Sabe por quê? O título e o assunto dele tem tudo a ver com o que andamos falando e ouvindo nos últimos anos: "Os tempos são chegados".
Veja lá, amigo leitor, como o Codificador, exatamente no último capítulo de sua última obra publicada em vida, nos adverte sem estardalhaço quanto às transformações inevitáveis que, desde sua época, já começavam a ser sentidas. Veja como são atuais as seguintes palavras contidas no item 5:
"A Humanidade cumpriu, até este dia, incontáveis progressos; os homens, pela sua inteligência, chegaram a resultados que não atingiram antes em relação às ciências, às artes e ao bem-estar material; resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: é o de fazer reinar entre eles a caridade, a fraternidade e a solidariedade, para assegurar o bem-estar moral. Eles não o poderiam com as suas crenças ou com suas instituições antiquadas, que são restos de outra época. Não é somente o desenvolvimento da inteligência que se faz preciso aos homens, é a elevação do sentimento; e para isso é necessário destruir tudo o que poderia superexcitar o egoísmo e o orgulho".
Segundo Kardec, esses dois vícios morais (orgulho e egoísmo) são os maiores inimigos da evolução espiritual do ser humano. Saibamos, portanto, combatê-los em nós mesmos, no nosso dia a dia, através do exercício das virtudes contrárias a eles: a humildade e a fraternidade.
Há muito que aprender, não só em "A Gênese", mas em todas as obras de Allan Kardec, inclusive na coleção da "Revista Espírita". Procure conhecer esse grande manancial de conhecimentos, prezado leitor. E faça uma "ótima viagem"...
"O CÉU E O INFERNO"
Conforme o número anterior, ficamos de trazer depoimentos contidos nessa obra de Kardec, em cuja 2ª parte vemos o depoimento de Espíritos desencarnados em diversas situações (dos felizes, passando aos medianos e suicidas até chegar àqueles que viveram grandes expiações na Terra). Selecionamos para este número a manifestação de um suicida que, em 1863 (06 anos após ter-se matado), ditou ao médium a seguinte mensagem:
"Tereis piedade de um pobre miserável que passa há muito por cruéis torturas? Oh, o vácuo, o espaço, despenho-me, caio, morro... Acudi-me! Deus, eu tive uma existência tão miserável. Pobre diabo, sofri fome muitas vezes na velhice e foi por isso que me habituei a beber, a ter vergonha e desgosto de tudo. Quis morrer e atirei-me... Oh, meu Deus! Que momento terrível... Para que esse desejo se meu fim já estava tão próximo? Orai para que eu não veja incessantemente esse vácuo debaixo de mim. Vou despedaçar-me de encontro a essas pedras!
Não me conheceis, mas eu sofro tanto! Por isso vos peço que oreis por mim. Não posso ficar por mais tempo nesse estado!"
Comentário de um Espírito-guia: Esse que vos pede preces foi um pobre infeliz que teve na Terra a prova da miséria; vencido pelo desgosto, faltou-lhe a coragem e entregou-se à embriaguez, saltando de uma torre em 1857. Ele sofre, mas deseja a reparação; portanto, orai por ele. (Esse suicídio foi um fato comprovado por jornal da época).
Kardec conclui: Já fazia seis anos de sua morte e ele ainda se via cair da torre, despedaçando-se nas pedras. Quanto tempo durará esse estado? Ele não o sabe e essa incerteza lhe aumenta as angústias. Isso não equivaleria ao inferno com suas chamas?
E nós acrescentamos: tanto o céu quanto o inferno são estados de espírito após a morte física. Aquele que desencarnou serenamente, tendo deixado boas obras e procurado ser um homem de bem, se sentirá em paz com sua consciência, vivendo o que poderia chamar de "céu". Já aqueles que não procuraram essa reforma interior vão sentir-se de modo bem diverso. Principalmente os que tiraram a própria vida, pois anteciparam sua partida... e esse direito nós não temos. A vida é, muitas vezes, um "fardo" que devemos carregar até podermos nos livrar desse peso. O suicídio nada resolve, pois, em vez de resolver um problema, o indivíduo acaba criando outro, ainda maior e mais doloroso... (Pense nisso, amigo leitor).
Expediente: Folha Espírita São-Joanense. Órgão de divulgação do Espiritismo, sob a responsabilidade da Sociedade São-Joanense de Estudos Espíritas. Tiragem: 2200 exemplares. Circulação trimestral (em março, junho, setembro e dezembro de cada ano). Contatos: (32)8806-7447 ou pelo e.mail mundinhoa@mgconecta.com.br